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Obras em clínicas de hemodiálise seguem paradas no Maranhão

Clínicas de hemodiálise que já deveriam ter sido inauguradas pelo Governo do Estado seguem com obras paradas ou lentas no Maranhão. Enquanto isso, pacientes renais crônicos no interior do Maranhão seguem sofrendo com longas viagens para fazer o tratamento na capital.

Em maio, uma decisão da justiça determinou o bloqueio de um milhão e dez mil reais das contas do governo do estado para a realização das obras, mas nada mudou.

“Quando nós tomamos conhecimento dessa situação, quando tivemos notícias de que pessoas estavam fazendo esse tratamento em situações totalmente extenuantes… cansativas… viajando três vezes por semana, nós começamos a conversar com essas pessoas e reunir as provas. Demos entrada com uma ação civil pública para obrigar o estado a construir esse centro de hemodiálise”, afirmou o defensor público Renan Barros dos Reis.

Quando chegam na capital os pacientes do interior passam quatro horas nas máquinas de hemodiálise, saem debilitados depois do processo agressivo de filtragem do sangue e seguem viagem de volta pra casa.

Na volta são mais cinco horas e só chegam em casa no fim da noite. Maria Amorim de Souza, paciente renal de Chapadinha, precisa madrugar para conseguir a condução que a levará até São Luís. A viagem dura cinco horas e é feita três vezes por semana.

“Tem hora que nem dá vontade de ir, mas é o jeito que tem eu ir”, reclamou.

Clínica de Chapadinha
O Ministério Público do Maranhão também investiga o uso de 2 milhões e 400 mil que haviam sido liberados para a obra da clínica em Chapadinha, a 247 km de São Luís, em um convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No total, o governo havia reservado em 2014 quase sete milhões de reais para a construção de sete novos centros de hemodiálise no estado, mas até agora nenhum foi entregue. A obra da clínica de de Chapadinha deveria ter sido entregue em 2015.

Em 2016, uma liminar da justiça determinou que o Governo do Estado entregasse a clínica em um prazo de um ano sob pena de multa de 10 mil reais por dia. Até o fim do ano passado a multa já passava de um milhão de reais e atualmente a obra continua abandonada.

Em nota, o Governo do Maranhão informou que as obras tiveram de passar por readequação com relação ao projeto original. Também disse que a empresa responsável está concluindo um dos sete novos centros de hemodiálise, que fica na capital, e que depois seguirá com os serviços no interior do estado, mas não deu nenhum prazo novo para a conclusão das obras.

A nota diz ainda que o dinheiro liberado pelo BNDES para o Centro de Hemodiálise de Chapadinha continua disponível. Sobre a multa aplicada pela Justiça, o governo afirmou que vai recorrer da decisão.

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