Interceptações de e-mails feitas pela Polícia Federal do Maranhão, com autorização da Justiça, durante as investigações da “Operação Sermão aos Peixes” – que levou para cadeia 13 por desvio de recursos públicos federais – revelam tentáculos do deputado estadual Leoarren Tulio de Sousa Cunha, o Léo Cunha (PSC), em um possível esquema.
Investigadores da PF detectaram que o parlamentar indicou pessoas para ocupar cargos na Organização Social (OS) Bem Viver-Associação Tocantina, segundo relatório final da Operação do qual foi obtido com exclusividade pelo Blog do Neto Ferreira.
Mensagem eletrônica enviada por Miriamar Gomes a Karina Braga, responsável pelas contratações de mão de obra qualificada da Bem Viver, mostram indicações de duas funcionários fantasmas, que fazem parte da cota pessoal do deputado Léo Cunha.
“De acordo com e-mails analisados abaixo, possivelmente existiam funcionários que, mesmo com contratos ativos e recebendo os salários, não trabalham (funcionários fantasmas) e estes normalmente advinham de indicações políticas”, diz trecho do documento.
A mensagem enviada no dia 02 de novembro de 2015, precisamente às 06:37 da manhã, aparece os nomes de Amanda Julliana Lobo Campos e Laurindo Lima Oliveira Júnior como indicações fantasmas do deputado.
No período de investigação, a Polícia Federal interceptou vários e-mails de dirigentes de Ong’s e empresas. Inclusive, foi identificado, também, indicações de pessoas ligadas ao assessor do vice-presidente da República, Michel Temer, Chiquinho Escórcio (Reveja).
Em contato com o titular do Blog, o deputado Léo Cunha afirmou que Amanda Julliana Lobo Campos e Laurindo Lima Oliveira Júnior são indicações políticas dele, mas que eles são funcionários ativos. Porém, o parlamentar disse que a direção do hospital de Imperatriz, no qual estavam lotadas as duas pessoas indicadas, realizava ligações para ele com frequência com intenção de informar que elas seriam demitidas, pois não estavam cumprindo os horários corretamente.
“As duas pessoas faltaram sim, mas todas faltas foram justificadas com atestado médico” garante, Léo Cunha.