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Os cofres e os temores dos poderosos

Por Abdon Marinho

Abdon Marinho.
Abdon Marinho.

Uma vez, já faz muito tempo, acho que mais de seis anos, vi uma venda cofres num destes retornos da cidade. Achei interessante, pensei tratar-se de uma promoção destas em que os comerciantes que vendem laranjas, doces, conservas, etc., costumam fazer.

Com o passar do tempo vi que a venda, que pensei ser transitória, se tornara permanente, passei então a ficar intrigado. Ainda mais quando se sabe que as lojas que trabalham com esse tipo de produto não tiveram retração em suas vendas, pelo contrario, elas só aumentam cada vez mais.

Ora, ninguém mantém um comércio se ele não dá lucro, cofre não como comida que todo dia você tem que consumir ou roupas que vez por outra precisa ser substituída. Cofres, são por assim dizer, para a vida toda, são mais duráveis que a própria vida, os proprietários se vão e eles continuam lá. Por aqui, o mercado é tão bom que representa lucro a ponto do comércio se manter por anos a fios e em ascensão, como temos visto na cidade.

Mais estranho ainda quando sabemos que o setor bancário brasileiro é um dos poucos seguimentos da economia que apresenta incomum robustez. Todos os anos temos recordes de lucratividade no setor, cada um apresenta maior lucro maior que o outro. Ainda mais quando sabemos que o melhor lugar para guardar dinheiro é o banco. Aliás, grande parte da população, nos dias de hoje sequer usa dinheiro em espécie ou cheques, preferindo fazer suas movimentações financeiras através de cartões de crédito/débito ou pela internet.

Como somos

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pessoas de boa-fé haveremos de pensar que se trata de uma consequência natural à onda de violência que acontece na cidade – embora a aquisição deste de tipo de barreira seja mais um risco a incentivar a ação dos marginais, que na maioria das vezes invade os lares e forçam os habitantes a entregar chaves e senhas aos meliantes –, ainda, que é fruto da melhoria das condições de vida das pessoas que estão mais patrimônio, comprando jóias, etc.

As hipóteses levantadas nãos deixam de ser verdadeiras. As pessoas se sentem inseguras e acham que tem mais segurança adquirindo cofres.

Pois bem, apesar de não desprezar ou menosprezar as motivações daqueles que acham mais seguro guardar suas economias em casa, em cofres pessoais ou debaixo do colchão, sabemos que existem essas pessoas, sabemos também que não é de hoje que a capital do Maranhão se tornou rota da lavagem de dinheiro, não é à toa que um “doleiro” envolvido na lavagem de mais de 10 bilhões de dólares, foi preso pela PF aqui no nosso estado. O que fazia? Com quem negociava?

As notícias da mídia nacional dão conta do tipo de negócio que o cidadão estava cuidando, os tipos de ramificações e empresas usadas para pegar contratos milionários com empresas e órgãos públicos, por bens e serviços que nunca chegavam na forma adquirida e a lavagem de dinheiro obtida por meio de chantagem, extorsão, corrupção, agiotagem, tráfico de drogas e outras atividades ilícitas. Dinheiro que seus possuidores não podem declarar ao órgãos e controle, que não podem transitar por contas regulares e por isso mesmo guardados longe das vistas do sistema financeiro regular.

Caso se vá a fundo nas investigações deste último escândalo nacional, fatalmente irão se deparar com essa conexão maranhense. Quando o Sr. Youssef já ‘lavou’ ou estava ‘lavando’ para os nossos concidadãos? O que se deduz, pelo volume de cofres que se vendem nesta cidade é que há muita gente tendo que guardar dinheiro em casa, dinheiro que não poder dizer de onde vem ou fruto de que trabalho.

As investigações estão apenas no começo, entretanto pelo volume de dinheiro que movimentaram e continuam movimentando – e se sabe que o volume é bem maior –, aparecerão muitas coisas ainda. Conseguiremos pistas sobre o fato de morarmos num Estado tão rico e possuirmos tão poucos recursos à disposição da maioria da população. Saberemos também a razão de tão poucos enricarem do dia para noite.

Abdon Marinho é advogado eleitoral.

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