O presidente Lula não quer virar o mês sem a definição do nome que vai ocupar a cadeira da ex-ministra Rosa Weber no STF. A informação de aliados próximos ao petista é de que o presidente vai avaliar na semana que vem quem será o novo ministro. O nome mais cotado até o momento era do ministro da Justiça, Flávio Dino.
Mas alguns fatos recentes abalaram essa previsão. Já há, inclusive, uma brincadeira nos bastidores: o jogo dos 7 erros de Dino.
Seriam:
1. Sentou na cadeira antes da hora;
2. já quis eleger Ricardo Capelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça,
como seu sucessor a frente da pasta;
3. a gestão problemática da segurança pública acabou caindo no colo do
presidente;
4. Dino teve brigas públicas com ministros;
5. sofre forte resistência no Senado;
6. maioria do Supremo prefere outro cotado: Jorge Messias, ministro da AGU;
7. e, por fim, campo progressista vê com maus olhos sua agenda autoritária na administração da segurança pública.
Boa parte dos ministros do STF vê uma possível indicação de Messias como um sinal de bandeira branca, caso aconteça, por ter um perfil mais equilibrado e menos ativista. Dino, no entanto, tem apoios importantes, como dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, ambos com comportamento mais combativo.
Outro ponto que conta a favor do advogado-geral da União é o apoio maciço no PT. Messias é petista de carteirinha, desfruta de plena confiança e indica que manteria o alinhamento a pautas importantes para o partido, se for escolhido.
Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União, está no páreo também. É o nome de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e do também senador Davi Alcolumbre, da CCJ. Mas sofre forte resistência da ex-presidente Dilma Rousseff. No período do impeachment, o ministro votou pela rejeição das contas e ainda fez duras críticas ao governo na época.
As cartas foram postas à mesa, basta ao presidente a prerrogativa da escolha. Lula dá sinais que agora quer liquidar logo essa fatura.
Da revista Veja