O Estado do Maranhão
Quatro dos cinco partidos que oficialmente se afastaram do prefeito João Castelo (PSDB) para disputar contra ele a eleição de outubro em São Luís ainda mantêm juntos mais de 400 cargos na administração tucana. Só o PTC, de Edivaldo Holanda Júnior (PTC), tem 300 cargos de Serviços Prestados na estrutura do município. É a legenda com o maior número de correligionários abrigados na administração da capital.
PDT, PPS e PSB mantêm secretarias, diretorias e cargos no primeiro e segundo escalões. “O PPS continua todo no governo. Só quem deixou foi Othelino Neto, para ser deputado estadual. Os demais militantes do PPS continuam todos lá”, garante a deputada Gardeninha Castelo (PSDB), filha do prefeito. De todos os partidos que se juntaram ao PCdoB numa ‘frente de oposição’ contra Castelo, apenas o PP, que tem como pré-candidato o ex-prefeito Tadeu Palácio, deixou totalmente a administração castelista.
A manutenção de cargos na administração que querem derrotar gera uma curiosa condição entre os partidos oposicionistas de São Luís: pela primeira vez, os pré-candidatos de oposição têm a militância ‘bancada’ pelo próprio adversário. Castelo, por sua vez, deixa a coisa acontecer como se nada tivesse a ver com isso, numa espécie de constrangimento público a essas legendas.
Os 300 cargos, tipo ‘Serviço Prestado’ indicados pelo PTC, foram confirmados pelo próprio líder do partido, suplente de deputado Edivaldo Holanda, no fim de março. Ele justificou que os ‘servidores’ trabalham para o próprio Castelo, mas poderiam deixar de apoiá-lo se fossem exonerados por represália do prefeito.
O PDT é o maior beneficiário de cargos de primeiro escalão na gestão castelista, entre os partidos que formam oposição ao prefeito. Tem até mais secretarias que o próprio PSDB. Mantém as pastas de Trânsito e Transporte, de Abastecimento e Pesca, da Cultura, e a diretoria da Mulher, além de várias assessorias.
Na semana passada, após o presidente do diretório municipal do partido, Weverton Rocha, anunciar apoio ao candidato Edivaldo Holanda Júnior, os secretários Clodomir Paz e Júlio França deixaram os cargos à disposição do prefeito, e, depois, anunciaram que a decisão de exonerá-los, ou não, é do prefeito João Castelo. “Quem está [na administração] é por que quer ficar e apoia o prefeito”, respondeu Gardeninha Castelo. Leia mais aqui