A Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça do Pará em um condomínio de São Luís. Uma mulher foi conduzida coercitivamente para Plantão Central de Polícia Civil do Parque do Bom Menino para prestar esclarecimentos sobre uma suposta rede de criminosos especializados em lavagem de produtos florestais. O mandado expedido faz parte de uma série de ações dentro de uma operação batizada de “Tempestas”.
A conduzida é suspeita de fazer parte de um grupo que utilizava dados de madeireiras para emitir notas quentes e negociar madeira proveniente de extração ilegal. Em depoimento na delegacia, a mulher negou envolvimento com a quadrilha.
As investigações começaram em 2014, quando quatro empresas de extração de madeira procuraram a Polícia e denunciaram que seus logins e senhas de sistema haviam sido hackeados. Essas informações dizem respeito à emissão de guias florestais através de sistemas ambientais.
No Maranhão, o grupo criminoso estaria utilizando esses dados para emitir notas fiscais através da internet da mulher que foi conduzida à delegacia em São Luís. Segundo a Polícia, o esquema fraudulento movimentou, nos últimos anos, mais de R$ 20 milhões.
Estados na mira da PF
Além do Maranhão, a “Operação Tempestas”, ocorre nos estados do Pará, Mato Grosso, Paraná e Sergipe. Ao todo, cem agentes cumprem 24 mandados de busca e apreensão, 14 de prisão preventiva, dois de prisão temporária e cinco de condução coercitiva determinadas pela Vara de Combate ao Crime Organizado.
O objetivo é desarticular a atuação de organizações criminosas de alta complexidade, que atuam no “esquentamento” de madeira ilegal e sua introdução no mercado com preços reduzidos, prejudicando não só o meio ambiente, como também os empreendimentos madeireiros que atuam de forma lícita.