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Polícia do Maranhão cobra punição aos envolvidos em agressão de policial em curso no Ceará

A cúpula da Polícia Civil do Maranhão informou que está cobrando providências em relação ao caso de uma investigadora maranhense que foi agredida durante um curso promovido pela Secretaria de Segurança Pública do Ceará.

Segundo a policial feminina, que não será identificada, ela e outras 21 mulheres teriam sofrido golpes nas nádegas com uma ripa de madeira por causa de um sumiço de uma fatia de pizza.

O agressor teria sido o instrutor da Polícia Militar do Tocantins, que ministrava aulas para treinamento de mulheres militares de Pernambuco, Maranhão, Paraná, Rio Grande do Norte e Piauí. A proposta do curso era de treinamento em defesa pessoal, de técnicas operacionais policiais, de salvamento, entre outros procedimentos.

Para o delegado-geral de Polícia Civil do Maranhão, Jair Paiva, o caso é inadmissível e ele está cobrando a punição dos envolvidos.

“Assim que soube do caso, no último dia 10 de junho, entrei em contato com a investigadora e o Delegado Geral da Polícia Civil do Ceará para que ela tivesse apoio. Ela registrou o caso na Casa da Mulher Brasileira de Fortaleza e depois veio a São Luís, onde também ouvimos ela. Queremos a apuração do caso e a punição, no âmbito criminal”, afirmou Jair Paiva.

A investigadora fez exame de corpo de delito e está recebendo apoio, em São Luís.

“A agressão dói na hora, mas o que fica é a dor psicológica. Dói e te move a fazer o que estou fazendo. Não tem sido fácil. Eu saí do curso, mas o curso não saiu de mim até hoje. Estou em tratamento (terapêutico)”, disse.

“Estava em outra parte quando vi aquele cara louco falando ‘Roubaram minha pizza’, ‘São loucas’. Ele colocou todo mundo em posição de flexão e desceu a paulada em todas, na bunda. Tinha 22 comigo”, explicou.

Ainda conforme a denunciante, um segundo momento de agressão aconteceu quando o PM pediu que as policiais se retirassem do local. Como parte das agentes já estavam com marcas devido ao treinamento, o retorno à sala de instrução não foi feito com rapidez, o que teria estressado o professor.

“Ele mandou voltar porque achava que a gente estava retardando. Lá tudo é corrido. Ele botou a gente em posição de flexão de novo, eu e mais três, e desceu a paulada de novo. Mas, dessa vez, foi com mais ódio, tanto que gritei de dor. Não consegui (ficar calada)”, relatou.
O policial teria ficado ainda mais raivoso com gritos da vítima e passou a proferir xingamentos como “velha” e perguntava o que ela, que vinha do Maranhão, estava fazendo ali.

A agente chegou a desistir do curso, mas já voltou a trabalhar – algo que, segundo ela, tem ajudado em sua recuperação. “Estou tendo total apoio dos meus chefes, por isso que estou aguentando e tendo essa coragem de levar até o fim. É a primeira vez que isso acontece”, pontuou a denunciante.

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