Uol Notícias
O delegado da Divisão de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (Dcor), Vítor Poubel, afirmou nesta sexta-feira (21) que a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai) está monitorando a movimentação de outros traficantes brasileiros no território do país vizinho. Na quarta-feira (19), a polícia paraguaia anunciou a captura de Alexander Mendes de Silva, o Polegar (ex-chefe do tráfico na favela da Mangueira), que desembarcou hoje no Rio de Janeiro. O criminoso seguirá para o presídio Bangu 1, na zona oeste.
“Eles [polícia paraguaia] não querem traficantes brasileiros atuando em território paraguaio. Eles já tinham a informação de que o Polegar e outros traficantes estavam atuando no Paraguai. A informação que temos é que essa prisão não foi por acaso, o Senad já sabia quem era o Polegar no momento da abordagem. (…) Sabíamos da existência de elementos [criminosos] que estavam em território paraguaio. Contamos com um adido policial no Paraguai e a troca de informações é frequente”, explicou Poubel.
“Não posso passar mais detalhes desse trabalho porque a investigação ainda está em andamento para prender outros elementos naquela área. Eles vão e voltam, e traficam utilizando as fronteira. São elementos que estão refugiados no Paraguai ou que por ventura pretendem ir para lá”, complementou.
O delegado confirmou a informação de que Alexander Mendes da Silva foi detido no momento em que tentava comprar um carro de luxo na cidade de Pedro Juan Caballero, conforme o UOL Notícias publicou na quarta-feira (19) –informações passadas pela PF em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, indicaram a hipótese de que ele teria sido preso em um lava-jato. De acordo com o delegado, os veículos ficarão à disposição da Justiça paraguaia.
“Ele estava vivendo uma vida fora dos padrões daquela localidade [em sua casa foram encontrados dois carros de luxo]. Depois que a polícia paraguaia constatou a documentação falsa, eles solicitaram à PF as impressões digitais e compararam com as individuais datiloscópicas colhidas no momento da prisão”, disse.
Segundo Poubel, há um mandado de prisão contra José da Silva Targino Júnior, o indivíduo cujo documento era utilizado de forma ilegal por Polegar. Poubel informou ainda que o criminoso estava vivendo em Pedro Juan Caballero junto com familiares, mas não soube especificar quais eram. Os parentes de Polegar também já retornaram ao Rio de Janeiro.
Polegar, que foi expulso do Paraguai por uso de documentação falsa e entregue à PF de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, desembarcou no fim desta tarde no aeroporto Santos Dumont, e seguiu para a Divisão de Combate ao Crime Organizado (Dcor), onde passou pelo procedimento de identificação. Antes disso, realizou exame de corpo delito no Instituto Médico-Legal (IML). Ele será transferido ainda hoje para o presídio Bangu 1, no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Em nota, o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, já adiantou que solicitará à Justiça a transferência de Polegar para um presídio fora do Estado. A viagem do ex-chefe do tráfico na Mangueira foi feita em um avião descaracterizado e contou com escolta reforçada