Em entrevista recente, o delegado Plínio Napoleão, da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), informou que, um dos próximos passos na investigação do caso do carro encontrado com mais de 1 milhão de reais no bairro do Renascença, é rastrear a origem do dinheiro.
Ele disse que diligências já estão sendo realizadas, inclusive bancos e transportadoras de valores já foram notificados para dar informações que ajudem a rastrear o valor encontrado.
“As empresas de transporte de valares, bem como o Banco do Brasil, que é uma das instituições financeiras que aparece na etiqueta das notas, foram notificadas a enviar quaisquer informações sobre a movimentação do dinheiro“, explica o delegado.
No dia 30 de julho, um porteiro do condomínio, desconfiado com o veículo parado há 15 dias em frente ao prédio, percebeu que havia dinheiro no porta-malas, acionou a síndica, que chamou à Polícia Militar do Maranhão, segundo o delegado Augusto Barros.
Quando a polícia chegou no local, confirmou que se tratava de grandes quantidades de dinheiro físico armazenado dentro do porta-malas do carro, organizados em maços de R$ 50, 100 e 200. O dinheiro foi armazenado pela polícia em três sacos grandes, que foram levados para a sede da SEIC para iniciar as investigações. Até então, não se sabia do valor exato do dinheiro.
Na ocasião, Carlos Augusto Diniz da Costa, o Makilas, chegou repentinamente ao local e disse à polícia que era o dono do veículo e foi levado para a SEIC, onde ficou calado. Após a repercussão do caso foi exonerado do cargo que exercia na Prefeitura de São Luís. Ele era funcionário comissionado da Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (Semit) e recebia um salário de R$ 3.400 mil.
No dia seguinte, foi terminada a contagem das cédulas de dinheiro encontradas no porta-malas do carro. A quantia confirmada é de R$ 1.109.350,00.
Segundo as investigações da Polícia Civil, o carro está registrado no nome de outra pessoa, diferentemente do que alegou Carlos Augusto.
O valor de R$ R$ 1.109.350 foi depositado em uma conta bancária judicial, no Banco do Brasil. A conta bancária está sendo administrada pela Justiça. O dinheiro vai permanecer lá até que as investigações sobre a origem dele sejam finalizadas ou o dono do dinheiro seja encontrado.
A Polícia Civil analisou as imagens de câmeras de segurança de condomínios do bairro Renascença, em São Luís, onde o carro foi encontrado.
Após o avanço das análises, a polícia confirmou que o motorista, que aparece no vídeo, é Guilherme Ferreira Teixeira. Ele é ex-assessor especial da Secretaria Municipal de Governo, cargo que ocupou até 2023, na gestão de Braide. Além disso, Guilherme foi assessor técnico do deputado estadual pelo Maranhão Fernando Braide, irmão de Eduardo.
Foi confirmado, também, que o carro preto, que deu carona para Guilherme no momento em que ele abandonou o Clio com o dinheiro, está no nome da mãe de Fernando e Eduardo Braide, Antônia Maria Martins Braide, que morreu em outubro de 2010.
Nesse dia, câmeras de segurança de um condomínio próximo onde o carro foi abandonado registraram o momento em que o veículo, modelo Clio de cor vermelha, dirigido por Guilherme Ferreira Teixeira, chega à Rua das Andirobas, no bairro Renascença.
Após o carro ser deixado, outro veículo de cor preta para bem ao lado do Clio e o motorista desce sem muita pressa e entra no carro preto. O motorista é Guilherme Ferreira.
Na manhã de terça-feira (6), a Polícia Civil do Maranhão cumpriu mandados de busca e apreensão contra os envolvidos no caso.