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Policiais fazem passeata no centro e não descartam paralisação

O protesto dos policiais militares, civis e bombeiros, ocupou a Ponte José Sarney.
O protesto dos policiais militares, civis e bombeiros, ocupou a Ponte José Sarney.

Cerca de 150 policiais saíram em passeata pela Rua Grande e interditaram todos os sentidos da Avenida Beira-Mar, na manhã de ontem, por melhores condições de trabalho e pela saída do secretário estadual de segurança Aluísio Mendes do comando da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão.

Os manifestantes saíram da Praça Deodoro com cartazes, apitos e faixas pretas, simbolizando “a morte da segurança pública no estado”. Com o protesto, o trânsito ficou complicado na cabeceira da Ponte José Sarney, além dos dois sentidos da Avenida Beira-Mar. A paralisação fez com que alguns motoristas ficassem mais exaltados.

Cerca de uma hora depois da interdição, as vias foram liberadas e os manifestantes seguiram para frente do Plantão Central da Rffsa onde os policiais fizeram um balanço sobre os prós e contras observados durante o movimento de ontem.
Segundo cabo Campos, um dos representantes do movimento, o descaso com as ilegalidades e injustiças que assolam a instituição trazem esse sentimento de revolta e insegurança. “Estamos fortes e unidos por uma causa comum a sociedade. A greve não está descartada de forma alguma, mas ainda não podemos falar de aquartelamento”, disse.

Como parte da manifestação dos policiais está a colocação de outdoors representando os policiais mortos em serviço e cidadãos vítimas da criminalidade nas principais avenidas da cidade com o objetivo de ganhar o apoio da população e demais segmentos da sociedade expostos pelo clima de insegurança gerado nos últimos meses.

Durante a manifestação um estudante, que estava dentro de um dos ônibus parados no congestionamento, atirou uma garrafa d’água em um policial. A atitude fez com que alguns tentassem arrebatar o jovem do ônibus, mas rapidamente a ação foi impedida pela liderança do movimento. No começo da interdição da ponte outro incidente: um motoqueiro tentou furar o bloqueio feito pelos policiais que o impediram e causou um clima de hostilidade, logo apaziguado.

Reivindicações

A principal reclamação da categoria é referente a saída de toda a cúpula de segurança escolhida pelo Governo. Os policiais também lutam contra o sucateamento e pedem mais investimentos no setor, mais incentivo e apoio para o desempenho nas atividades de rua, melhores condições de trabalho, mais efetivo (temos o menor número de policiais por habitante no país), armas e equipamentos de qualidade, entre outras demandas. Os policiais prometem parar (aquartelamento). Caso a exigência não seja cumprida, os militares,civis e bombeiros paralisam as atividades por tempo indeterminado.

Sobre a greve


Conforme informações divulgadas por representantes as Associações da Polícia Militar, Civil e Bombeiros, realizarão nova Assembleia Geral para deliberar o indicativo de greve da categoria para os próximos dias. Durante reunião de ontem, ainda ficou decidido que um novo encontro será realizado para ser feito um ajuste do projeto em conjunto com entidades de classe. A reunião será realizada na Federação dos Trabalhadores da Indústria do Estado do Maranhão (Fetiema) às 18h de hoje.

O que diz o governo

A assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão informou que o secretário Aluisio Mendes está aberto ao diálogo e negociação com a categoria, e que o novo comandante Zanone Porto já conversou com os representantes da Sinpol.

Com relação às reivindicações, a secretaria aguarda a convocação de mais profissionais aprovados no último concurso da categoria. Quanto aos equipamentos, eles serão reforçados com a compra novos coletes, armas e pistolas e a entrega de 400 viaturas. As unidades policiais também passarão por reformas.
Há dez dias ocorreu uma reunião entre o secretário Aluisio Mendes e membros da Associação de Militares que resultou no aumento do número de membros com voz ativa para que diálogo possa ser ampliado.
Relembre
A última greve dos Policiais Militares e Corpo de Bombeiro do estado foram em novembro de 2011. Eles passaram 10 dias mobilizados no prédio da Assembleia Legislativa do Maranhão e entre as principais solicitações estavam aumento salarial e reajustes fixos até 2014.

Oimparcial.

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