As praças públicas dos bairros de São Luís, que deveriam servir como espaço de lazer, estão abandonadas e cheias de problemas estruturais. Nesses locais há calçadas e passeios destruídos, bancos descaracterizados, pichações, lixo, falta de serviço de capina, ocupação por moradores de rua e falta de segurança.
O jornal O Estado do Maranhão avaliou o quadro de conservação de 16 logradouros em diferentes bairros: do Cine Monte Castelo; do Jegue, na Camboa; do Japão e da Rua Gregório de Matos, na Liberdade; de Nossa Senhora da Conceição, no Anil; Praça 1 e das Mães, na Cohab Anil; Praça do Lira; João Evangelista, na Macaúba; da Bíblia, na Avenida Kennedy; Padre Jocy N. Rodrigues, no São Francisco; praças das Crianças e do Letrado, no Vinhais; da Cohama; Praça da Caixa d’Água, no Cohajap, e a Praça do Parque Shalom. Conforme matéria do repórter André Lisboa, esses locais não recebem obras desde sua construção.
Moradores reclamam da falta de uma política contínua de recuperação dos espaços, sendo o corte da grama esporádico – a demora pode chegar a até seis meses -, o único serviço mantido pela Secretaria Municipal de Urbanismo em alguns espaços. Em geral, a maior parte dos espaços está sem administração direta e não tem moradores engajados no trabalho de conservação.
A reportagem constatou que na Avenida José Sarney, na Camboa, está um dos espaços que mais se deteriorou nos últimos 20 anos. Antes um espaço onde famílias se divertiam e aproveitavam o fim de tarde ou o começo da manhã, a praça que ocupa o canteiro central da via se transformou na Praça do Jegue. O apelido foi recebido após dezenas de carroceiros terem ocupado o lugar, montando um ponto para oferecer serviços de transporte há décadas. O resultado foi a destruição do piso – antes todo coberto por paralelepípedos -, o acúmulo de lixo, excremento de animais e urina. Além da sujeira, o odor causa repulsa.
Segundo moradores do local, a transformação do lugar em um ponto de trabalho para carroceiros foi uma perda inestimável. Eles já consideram ser impossível a remoção dos animais e suas carroças e lamentam não ter mais um espaço de paz. “Trata-se de uma situação incorrigível. Com o crescimento dos bairros, tudo foi perdido. E a invasão dos carroceiros veio para completar o abandono do espaço. Na década de1980, aqui era lindo e era possível ficar algumas horas nos bancos à noite, para uma boa conversa com os amigos. Agora, a insegurança e o odor de urina e esterco não deixam as pessoas nem mais passarem por aí”, lamentou o borracheiro Caio Júnior, que mora há 40 anos na área.
No Anil, as pichações ocupam quase todos os muros e bancos da praça localizada em frente à Igreja Nossa Senhora da Conceição. O lixo se espalha pelos cantos, junto com roupas usadas por moradores de rua e usuários de drogas, que convivem diariamente com funcionários e donos de lojas de construção, variedades e alimentos. Situado ao lado da Avenida Edson Brandão, o espaço há muito não recebe capina. Os moradores da área deixaram de frequentá-lo, à medida que os estabelecimentos comerciais passaram a ocupar o lugar e ladrões dominaram a área.
Estudantes de escolas próximas aproveitam
o logradouro para namorar e consumir álcool e drogas ao longo do dia, de acordo com donos de comércio. Para o comerciante Luiz Feitosa Oliveira, morador há 20 anos do Anil, a situação é lamentável. Ele tem visto o espaço, que antes era um lugar de convivência familiar, se transformar em um cenário para o crime. “A cada hora alguém é assaltado aqui. O que era e o que se tornou o Anil. Estamos em decadência. Sem cuidado, sem reforma nas ruas, sem vigilância policial”, criticou o dono de loja de artigos para animais.
Na Liberdade há outros dois pontos de lazer que foram destruídos pelas intempéries à revelia de qualquer intenção de reforma da Prefeitura de São Luís. Na Praça do Japão, uma quadra de esportes está destruída. A grade, já enferrujada, é costurada com barbantes pelos desportistas, que todas as noites e fins de tarde vão ao local para jogar bola. “Jogamos bola aqui todos os dias, no fim de tarde, mas é muito ruim, porque há anos esse espaço não vê sinal de uma reforma”, lamentou Miguel Santos, estudante de 17 anos.
Na Rua Gregório de Matos, ao lado do Mercado da Liberdade, em uma área de administração da Prefeitura de São Luís funciona um lava-jato particular, onde dezenas de carros são limpos com água pública. O logradouro, que devia ser para a diversão da população, também é agora ocupado por cadeiras e mesas de um bar, que tem alvará e funciona todas as noites no local. O volume do som incomoda moradores próximos, que lamentam o uso de um espaço público somente para o lucro de poucas pessoas. “A nossa pracinha acaba se transformando em um grande bar que apenas recebe beberrões e onde há desperdício de água”, reclamou Maria Conceição Miranda, de 67 anos.
A Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Semosp) informou, em nota, que está em andamento uma licitação para manutenção e recuperação de diversas praças de São Luís.
Plano diretor
Conforme a Lei nº 4.669, de 11 de outubro de 2006, que dispõe sobre o Plano Diretor do Município de São Luís, praças, áreas verdes e espaços livres em geral devem ser alvos de ações estratégicas do poder público municipal.
Esse locais sempre foram abandonados e vc nunca fez nenhuma postagem falando e retratando isso, pois se tá desse jeito, é pq nenhuma das gestões anteriores se preocuparam em trabalhar e realizar serviços de infraestrutura para beneficiar a população. Se nunca fizeram nada na área nobre da cidade, imaginem em outros locais. Disperdício.
Precisa de melhorias essas praças, porém o vandalismo e a total falta de segurança é no momento o maior problema!!!
O pior de tudo é a falta de segurança que aterroriza a população não só nas praças, como nas ruas e até nas porta das casas das pessoas. As praças perderam o seus sentidos quando passaram a ser locais inseguros, tornado-se, a maioria, ponto de vendas de drogas e prostituição. Nessas horas eu pergunto cadê o melhor ghoverno de Roseana?