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Prefeito de Barra do Corda constrói escola com firma suspeita por R$ 8,4 milhões

Blog do Décio

Complexo Educacional Manoel Mariano de Sousa não terá quadra poliesportiva coberta por falta de espaço
Complexo Educacional Manoel Mariano de Sousa não terá quadra poliesportiva coberta por falta de espaço

O prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Sousa, o Nenzim (PV), só deve estar de brincadeira e deboche com o contribuinte maranhense.

Acusado pela Polícia Federal de desviar junto com a família cerca de R$ 50 milhões – teve de se foragir para não ser preso – está construindo uma escola na cidade que leva seu nome ao preço astrônomico de R$ 8,419 milhões.

Só para se ter uma ideia: o Liceu Ribamarense, em São José de Ribamar, escola em tempo integral e referência no estado, custou R$ 2,5 milhões.

O Complexo Educacional Manoel Mariano de Sousa, no bairro Trizidela, custará mais de três vezes que o Liceu. Terá quatro andares, dois elevadores e cerca de 70 salas de aulas.

Por ficar espremido entre várias residências não terá quadra poliesportiva coberta. A previsão é que tenha por turno 3.600 alunos. A cidade tem cerca de 22 estudantes na rede municipal. É um verdadeiro “elefante branco”.

Da Secretaria de Educação do Estado, o complexo já foi classificado de “insensatez pedagógica” devido a sua difícil administração.

Já um dos donos mora numa verdadeira mansão, segundo relatório da CGU
Já um dos donos mora numa verdadeira mansão, segundo relatório da CGU

De quase toda a cidade se vê o “monstrengo educacional” que está com 50% dos serviços concluídos. Difícilmente será entregue este ano, como previsto. Segundo educadores, seria mais prudente a construção de várias escolas em locais diferentes do município.

O engraçado é que até hoje a prefeitura não explicou se vai ou não construir a escola, no povoado Olha d’Água, onde uma tapera serve de colégio para crianças da localidade (reveja).

O contrato da Prefeitura de Barra do Corda com uma tal Construtora Prediolar Locação de Veículos e Máquinas foi celebrado ainda em 2009, mas só publicado no Diário Oficial do último dia 15, o que já levanta uma série de suspeitas. A Prediolar já caiu na malha fina da CGU por conta de obras em Afonso Cunha. A acusação foi de inconsistência de seu endereço em 2008. Hoje a empresa estaria estabelecida no bairro do Cohatrac, em São Luís.

“Na av. Janguará, n.º 6.000, Bairro São José dos Índios – São José dos Ribamar/MA, não foi encontrada a Construtora Prediolar Locação de Veículos e Máquinas Ltda. Essa avenida situa-se em uma região cercada por muito mato, onde se avista algumas chácaras e poucas residências. A impressão que se tem é que se está em meio a uma floresta, longe de tudo”, diz a CGU (veja a íntegra do relatório).

E completa: “Tendo em vista que a Construtora Prediolar Ltda não foi localizada no endereço de seu cadastro, realizou-se diligência ao domicílio do proprietário da empresa, o senhor José Orlando Rodrigues Aquino. Sua residência é localizada em uma região muito humilde e pouco habitada, situada na Vila Gaspar do Município de Paço do Lumiar/MA, muito próximo ao suposto endereço de sua construtora. Ao contrário de sua vizinhança, a residência do proprietário da Prediolar é bastante ampla: possui área para festa com jardins , piscina e churrasqueira, uma verdadeira mansão em meio à casas de aparência muito simples.”

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