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Prefeitura de Morros é alvo de operação por suposto envolvimento em golpe de R$ 21 milhões

A Prefeitura de Morros, administrada por Paraíba, foi alvo da operação Dígito 8, deflagrada pela Delegacia de Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) do Distrito Federal (DF) por suposto envolvimento em golpe de R$ 21 milhões contra o Banco do Brasil.

Na manhã desta quinta-feira (18), 115 policiais civis, sob a coordenação da Polícia Civil do DF e com o apoio das Polícias Civis de SP, MT, SC, MG, BA, MA, AP, GO e RJ, cumpriram 10 mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão em nove estados e na capital federal.

A Operação Dígito 8, nome que faz referência à espécie de guia utilizada pelos criminosos para subtrair dinheiro de uma grande instituição financeira, desarticulou um esquema de fraudes em pagamentos de guias de arrecadação via QR Code Pix, explorando uma vulnerabilidade do sistema bancário do Banco do Brasil (BB).

Segundo os investigadores, entre 7 e 31 de janeiro de 2023, os suspeitos inseriram códigos de barras de guias válidas, mas adulteraram o QR Code Pix para valores significativamente menores, causando prejuízo de R$ 21 milhões.

Residências e gabinetes de secretários de Finança foram alvo de buscas, assim como um advogado em um bairro nobre de São Paulo, acusado de auxiliar na evasão dos recursos ilícitos.

Modus operandis

A fraude foi meticulosamente orquestrada por quatro núcleos distintos:

Núcleo Operacional: responsável por explorar a vulnerabilidade e efetuar os pagamentos.

Núcleo de Prefeituras: emissão das guias fraudulentas e repasse das verbas. Prefeituras de Morros (MA), Ubaitaba (BA), Serra do Navio (AP), Jacinto (MG) e Acorizal (MT) estiveram envolvidas.

Núcleo de Intermediadores: facilitar a comunicação entre o núcleo operacional e as prefeituras.

Núcleo Financeiro: usar empresas para permitir a retirada dos recursos ilícitos das contas das prefeituras.

Reis do camarote

Durante a investigação, foram obtidos registros dos alvos comemorando o sucesso da fraude em festas em Goiânia, ostentando carros importados e viagens para destinos luxuosos pelo país.

Essa vida de extravagância contrasta fortemente com a seriedade dos crimes cometidos, que incluem invasão de dispositivo eletrônico, furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A pena para tais delitos pode ultrapassar 20 anos de prisão.

Banco do Brasil

Por meio de nota, o banco informou que as investigações iniciaram a partir de apuração interna que detectou irregularidades as quais foram comunicadas às autoridades policiais. “O Banco do Brasil colabora com as autoridades na investigação de fraudes de qualquer natureza contra a instituição com o repasse de subsídios no seu âmbito de atuação para as autoridades competentes. Além disso, o BB possui processos estabelecidos para apuração de fraudes contra a instituição”, diz o texto.

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