Cleide Carvalho – O Globo
Assim como a Odebrecht, a OAS também formalizou o primeiro passo para que o presidente da empresa, José Adelmário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, dê informações sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Tal qual Marcelo Odebrecht, Pinheiro também assinou o chamado termo de confidencialidade. A partir dele, o executivo poderá dar informações e oferecer documentos à força-tarefa da Lava-Jato. Um acordo de delação, no entanto, apenas será formalizado se o Ministério Público considerar que o que foi apresentado possa ajudar nas investigações.
O termo prevê que as informações prestadas no decorrer da negociação de uma delação premiada não sejam usadas nas investigações, caso o acerto não seja homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para onde o processo pode ser encaminhado se nomes de políticos com foro privilegiado forem mencionados.
Ao contrário de Marcelo, que assinou o termo na semana passada, Pinheiro teria assumido o compromisso assim que a OAS começou as primeiras tratativas com o MP, no início deste ano.
Se aceita, a delação de Léo Pinheiro deve ajudar a elucidar sobre o relacionamento da OAS com o governo Lula. Pinheiro e o ex-presidente eram amigos pessoais. Está em nome da OAS o tríplex no Guarujá, que seria destinado ao ex-presidente e era mantido em nome da empreiteira. A OAS também pagou por reformas no sítio de Atibaia, usado pela família de Lula.
Léo Pinheiro havia relutado assinar acordo de delação premiada. A interlocutores, havia dito que só assinaria acordo se pudesse falar sobre a corrupção sistêmica que ocorre no país e abrange vários políticos e siglas.