Assessores do Tribunal de Justiça do Maranhão aparecem em conversas supostamente negociando venda de decisão em processo judicial.
Prints, nos quais o Blog do Neto Ferreira teve acesso, mostram todas as tratativas entre uma das partes de uma ação e auxiliares da mais alta Corte Judiciária maranhense.
Com bastante influência, o requerente aparece aliciando os servidores, Carolina Aroso e Paulo Freitas Filho, para obter celeridade no processo, cujo objeto são dois imóveis de luxo. A ação tramita em segunda instância no TJ.
Para conseguir a vantagem indevida, o interlocutor fez uma transferência de quase R$ 82 mil para a conta do irmão da assessora.
“Já cobrei cedo o gerente geral para transferir para a conta do vosso irmão os R$ 81.990,00 mil e ele já me prometeu que nem vá para uma casa lotérica, ele faz o TED hoje”, diz uma das mensagens enviadas para a funcionária da Corte.
Em outro trecho do diálogo, Carolina Aroso e a parte interessada no processo falam sobre os trâmites da compra do carro. Inclusive, a auxiliar judiciária escolhe a cor do carro que iria ganhar por supostamente intervir indevidamente na ação.
“A doutora prefere o preto ou cinza metálico… são praticamente o mesmo valor.. o cinza R$ 510 mais caro, pois a pintura é metálica!”, questiona. E ela prontamente responde: “Cinza” e logo depois agradece pelo “presente”.
O valor do veículo chega a quase R$ 70 mil.
“Hoje até para comprar a vista é uma burocracia, ou seja, para ser mais rápido, tenho que mandar R$ 69.780,00 para sua conta. Se puder me mandar agora os dados da vossa conta (…) pois assim que eu depositar o TED do valor do carro para sua conta, a doutora terá que fazer outro TED para a conta da concessionária”, explicou o interessado.
O interlocutor também negocia com o assessor Paulo Freitas, que teria supostamente recebido a quantia de R$ 10 mil para atuar ilegalmente no processo.
“Esqueci de falar que a advogada receberá mais R$ 100 mil na nova petição para o cartório transferir os dois bens, basta enfatizar que os impostos já foram pagos no passado. O cartório já está esperando.. uma resposta bem leve”, diz a parte.
E completa: “E óbvio que os teus R$ 10 mil para enfatizar que já colocamos muita pressão e provas para o Registrador. Enfim, se quiser já posso adiantar os teus honorários amanhã mesmo”.
Após essa negociação, o valor foi transferido para a conta do servidor do TJ, que agradeceu ao interessado.
O Blog procurou o Tribunal de Justiça buscando esclarecimentos sobre o caso. A Corte respondeu, via assessoria de comunicação, que não tem conhecimento dos prints.
“A Presidência do Tribunal de Justiça do Maranhão informa que não tem conhecimento dos prints mencionados”, disse.
A reportagem também tentou contato com os assessores mencionados na matéria, mas não obteve sucesso. O espaço segue aberto para os esclarecimentos e os citados podem enviar a manifestação para o e-mail: blogdoneto@live.com.
“Ai dos juízes injustos e dos que decretam leis injustas! 2 Daqueles que não deixam haver justiça para os pobres, para as viúvas e para os órfãos! Sim, porque a verdade é que chegam até a roubar as viúvas e os órfãos!” (Biblia Sagrada)
Como diz nosso amigo Boris Casoy: “isso é uma vergonha”
Que bom ser transparente.
Diz as escrituras: que tudo que é feito na escuridão será posto às lras e tudo que é feito às escondias será revelado. Conforme teu trabalho receberás tua recompensa. Trabalho maravilhoso, se feito consciente. Parabéns.
Chocando zero pessoas. Sem quaisquer novidades. O pior, não é a venda de sentenças, em si, mas o fato de que juízes e desembargadores sequer podem ser investigados, como pessoas comuns.