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Professores grevistas afirmam que o prefeito adiou as aulas para fragilizar o movimento

Do Imparcial On-line

João Castelo adiou as aulas para fugir da greve
João Castelo adiou as aulas para fugir da greve

Os professores da rede municipal de ensino não se conformam com o adiamento das aulas promovido pela prefeitura municipal do dia 30 de janeiro para o dia 15 de março. O Sindicato dos Professores Municipais (SindiEducação) alega que o prefeito João Castelo (PSDB) atrasou o início do ano letivo para enfraquecer o movimento grevista. A prefeitura diz que o adiamento é em virtude de reformas que passarão algumas escolas. Ontem, a categoria promoveu panfletagem no bairro do Anjo da Guarda.

O Sindicato está promovendo panfletagem e palestra sobre o tema em alguns bairros da capital. Ontem, a concentração ocorreu às 8h no Anel Viário, de onde os educadores saíram em passeata até a feira do Anjo da Guarda, que estava muito movimentada no momento da panfletagem.

Durante a manhã de ontem, foram esgotados os quatro mil panfletos levados pelos professores às pessoas na feira, que demonstravam simpatia pela causa dos professores. “Eu concordo com eles. Os alunos estão agora sem aula e deveriam começar logo. Acho que é justo que tenham aumento”, disse o feirante Gabriel Machado.

Eram apenas 20 professores realizando a panfletagem, e por espalhados na lotada feira, nossa equipe teve dificuldades para encontrá-los, tarefa somente facilitada pelo colete amarelo que usavam. Os manifestantes afirmaram que para esta tarefa apenas alguns educadores com disponibilidade eram colocados, mas que mais profissionais participavam da palestra.

A estratégia é de passar nos bairros primeiramente com a distribuição dos panfletos para convocar os moradores para a palestra. No Anjo da Guarda, a palestra será na segunda-feira, às 15h no anfiteatro Itapecuruiba. Na sexta-feira, foi realizada passeata e reunião na Cidade Operária. Na segunda-feira, reunião no Anjo da Guarda. A programação segue com panfletagem e reunião na Cidade Olímpica e será encerrada com a Marcha em Defesa da Escola Pública municipal no São Francisco às 15h.

Segundo o professor Paulo César Garé, 37 anos, que leciona na escola Ana Lúcia Chaves, no São Bernardo, a prefeitura só anunciou o adiamento das aulas praticamente na véspera da data marcada para começar o ano letivo. “É estranho que o anúncio saia após a Assembleia geral da categoria. Como a prefeitura vai reformar mais de 200 escolas em 28 dias? É uma clara ação contra a categoria e que prejudica o ano letivo. A prefeitura deveria dialogar com os professores e não agir dessa forma”, afirmou.

Uma professora disse ainda que estava sofrendo ameaças da Diretora da escola para que voltasse para a sala de aula mesmo sem a presença dos alunos. “A Diretora disse que mesmo sem aulas deveríamos ir todos os dias á escola para sabermos as determinações da Semed. A determinação deles nós já sabemos bem, que parte não da Semed, mas da instância superior. Não culpo até a diretora que está sendo coagida. Por isso precisamos mudar também o modelo de gestão em que Diretores são indicados de maneira política e ficam à mercê desses desmandos”, afirmou a professora que preferiu não se indetificar.

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