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Sarney age como coronel do agreste no Maranhão

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José Sarney.
José Sarney.

Os brasileiros nunca ouviram tantas mentiras em um só discurso, como no que faz o senador José Sarney (PMDB-AP), que se despede da presidência do Senado e faz um balanço de sua gestão.

Com um discurso marcado pelo autoelogio, o que é típico de caudilhos, Sarney resolveu arremessar sua fala na seara da liberdade de imprensa. O senador e ex-presidente da República, que disse ser jornalista profissional e ter começado a carreira em uma delegacia de polícia do Maranhão, ressaltou que a liberdade de imprensa deve ser respeitada, pois é a garantia da democracia.

O mundo sabe que palavras lançadas ao vento nada representam, que não o desejo embusteiro do orador de enganar a opinião pública. Sarney nem de longe é um defensor da liberdade de imprensa, por mais que vez por outra tenha suas recaídas. Fosse como o próprio discurso, José Sarney não teria proibido a venda, no Maranhão, do livro “Honoráveis Bandidos”, do jornalista Palmério Dória, que retrata o lado obscuro da trajetória do segundo caudilho maranhense, pois o primeiro foi Vitorino Freire.

Essa defesa chicaneira que faz da liberdade de imprensa não foi o que José Sarney ensinou a seus filhos, em especial à governadora Roseana Sarney. Quem ousa escrever contra a inquilina do Palácio dos Leões, mesmo que com coerência e concatenação das ideias, precisa estar preparado para o revide covarde, pois o conglomerado de comunicação da família está sempre pronto para produzir reportagens difamatórias contra os adversários.

Se esse comportamento representa alguém que defende a liberdade de imprensa, que José Sarney explique à nação o que representa censura. Até porque, ninguém melhor do que ele, um letrado membro da Academia Brasileira de Letras, para traduzir aos brasileiros essa sua paixão pela liberdade de imprensa e à democracia, algo que nem mesmo em sonho se vê no Maranhão, o mais miserável dos estados da federação

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