Da Folha de São Paulo
O ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) divulgou nesta terça (7) nota em que se diz “revoltado” com o pedido de prisão dele enviado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Sarney negou que tenha agido para obstruir as investigações da Operação Lava Jato: “Jamais agi para obstruir a Justiça”. Janot também pediu a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do deputado afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A base para os pedidos tem relação com as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolvendo os peemedebistas. As conversas sugerem uma trama para atrapalhar as investigações do esquema de corrupção da Petrobras.
No caso do ex-presidente, de 86 anos, o pedido é de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, em razão de sua idade.
No comunicado, Sarney também disse que esperava ter “respeito” de autoridades como o procurador-geral por causa de sua dedicação ao país e por defender o Estado de Direito.
“O Brasil conhece a minha trajetória, o meu cuidado no trato da coisa pública”, afirmou o ex-presidente.
Leia a íntegra da nota:
“Estou perplexo, indignado e revoltado. Dediquei sessenta anos de vida pública ao País e à defesa do Estado de Direito. Julguei que tivesse o respeito de autoridades do porte do Procurador Geral da República. Jamais agi para obstruir a Justiça. Sempre a prestigiei e fortaleci. Prestei serviços ao País, o maior deles, conduzir a transição para a democracia e a elaboração da Constituição da República.
Filho de magistrado e de membro do Ministério Público, mesmo antes da nova Constituição promovi e sancionei leis que o beneficiam, inclusive a criação da Ação Civil Pública e as mudanças que o fortalecem, sob a liderança
do Ministro Sepúlveda Pertence, meu Procurador Geral e patrono do Ministério Público.
O Brasil conhece a minha trajetória, o meu cuidado no trato da coisa pública, a minha verdadeira devoção à Justiça, sob a égide do Supremo Tribunal Federal.
José Sarney“