Senadores da base do governo e também da oposição articulam para que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Edison Lobão (PMDB-MA), não presida a sessão desta terça-feira, 21, dedicada à sabatina de Alexandre de Moraes para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo é evitar críticas ao processo, já que Lobão é investigado na Operação Lava Jato.
“O senador Lobão poderia fazer um grande serviço ao Brasil e se julgar suspeito para conduzir essa sabatina. Como o relator revisor da Lava Jato terá sua sabatina conduzida por um investigado?”, indagou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Nos bastidores, corre a mesma preocupação entre os senadores da base do governo. O temor é de que a sabatina perca credibilidade ao ser conduzida por Lobão.
Não seria a primeira vez que o peemedebista seria poupado de presidir uma sessão polêmica. Na semana anterior, quando a base do governo operou para antecipar a sabatina de Moraes, a sessão da CCJ foi conduzida pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que tem bom trânsito com a oposição. Na ocasião, inclusive, Anastasia decidiu contra a antecipação da sabatina.
O assunto ainda será levado à cúpula do PMDB e ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Caso os senadores decidam por evitar Lobão na sabatina, a decisão não deve ser alardeada. O presidente da comissão deverá apenas faltar à sessão, assim como ocorreu na semana anterior.
Do Estadão Conteúdo