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Na manhã desta terça-feira (05), por volta das 7h, servidores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) iniciaram uma paralisação nacional. Os servidores públicos reclamam do não cumprimento do acordo de subsídio por parte do Governo Federal. Em São Luís, o protesto considerado pacífico ocorre no pátio do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais, Raimundo Pereira, esse ato é pacífico e ocorre em todos hospitais da Rede Ebserh. “Estamos com um acordo acumulado desde 2017, até agora não foi cumprido e estamos aqui fazendo uma pressão para tentar abrir um acordo com o Governo Federal”, explicou.
Para a paralisação ocorrer de forma regular, houve uma plenária entre representantes da confederação. “Tiramos um encaminhamento para realizar a greve, estamos com os companheiros pedindo a compressão da população, pois o problema não é nosso, é do governo que não cumpre com um acordo coletivo, que é lei e a Ebserh tem direito”, finalizou o presidente do sindicado dos servidores públicos.
Para a paralisação, a direção do Hospital Universitário aprovou que um determinado número de servidores atuasse, sendo 70% dos servidores na Unidade de Terapia Intensiva e Centro Obstétrico, 50% na enfermaria, 30% nos demais setores e 100% no administrativo. Com a greve, houve cancelamento de procedimentos eletivos em centro cirúrgico e cancelamentos de consultas.
Esclarecimento Ebserh
Por meio de nota, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) esclareceu que o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, apresentou proposta de mediação aos representantes dos empregados visando finalizar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria, com avanços nas cláusulas sociais e aumento salarial.
Na parte econômica, a proposta para o ACT 2017/2018 prevê reajuste salarial e de cláusulas econômicas em 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e pagamento de 70% do retroativo do período. Para o ACT de 2018/2019, a proposta é de 80% do INPC do período e 100% do retroativo. Caso a proposta do ministro seja aceita, os retroativos serão pagos em 2 parcelas iguais, sendo a primeira no fechamento do acordo e a segunda na data-base de 2019 (1º de março de 2019).
Na parte social, destacam-se a prorrogação do prazo de usufruto do intervalo da empregada nutriz, retorno dos dois dias de abono anuais, alteração da idade mínima e máxima dos dependentes legais para empregado acompanhar em consultas médicas e a possibilidade de intervalo mínimo de 30 minutos de almoço para empregados da área administrativa que laborem 8 horas diárias. Essas propostas ficam válidas até a sexta-feira (8) e, segundo Ives Gandra, estão vinculadas à não deflagração da greve programada para esta terça-feira (5).
Ainda nesta terça-feira (5), o ministro da Educação, Rossieli Soares, e o presidente da Rede Ebserh, Kleber Morais, vão se reunir com os representantes dos empregados para dar continuidade às negociações.
A Ebserh reforça que se mantém aberta ao diálogo junto aos seus empregados, sempre em busca de modernizar a gestão dos hospitais universitários federais e oferecer melhores condições de trabalho nas unidades. Somente este ano, a estatal já contratou mais de 3 mil profissionais. A previsão é finalizar 2018 com 5 mil contratações via concurso público