Por Abdon Marinho
Não sei os mensaleiros festejaram. como a uma vitória numa copa do mundo, o voto que permitiu rediscutir suas penas em alguns crimes. Devem ter feito uma batia de uma comemoração, ao menos deveriam, a final, trocaram a certeza da cadeia pela incerteza da impunidade ou da punição tardia e branda.
No texto anterior falava da questão da desigualdade, ou como disse, do fato que alguns, na nossa igualdade são mais iguais que outros. É verdade. Como disse anteriormente não discutirei as teses ou os teoremas. Nosso assunto aqui é outro.
Os mensaleiros festejaram? Ótimo. Adiaram suas penas? Beleza. Sairão impunes? Não.
Ainda que eles adiem a perder de vista o cumprimento de suas penas, porque só isso que poderão fazer, discutir num crimes o tamanho da pena. Ainda que a reduzam ao ponto de alguns cumprirem a pena em regime semi aberto, aberto ou que a convertam em multa ou serviços comunitários, ainda assim eles são condenados. Condenados pela mais alta Corte do país. São ladrões, corruptos, quadrilheiros. Com todas as chicanas que ainda possam fazer, eles não poderão mudar isso.
A pseudo vitória que obtiveram, poderá até os livrar da cadeia, mas não da condenação. É duro sabermos que a moça que roubou um pote de margarina e alguns biscoitos para alimentar seus filhos amargou meses na cadeia e os ladrões que roubaram milhões dos cofres públicos permanecem impunes, se valendo dos recursos e embargos que não acudiram a uma mãe de família que roubou para alimentar os filhos.
Entretanto a vitória de “pirro” que tiveram, não pode ocultar o fato maior das condenações. Não podemos permitir que os quadrilheiros corruptos nos encurralem como se fossem vitoriosos e nós derrotados. Não podemos permitir que nos enlutem, que festejem como se nada devessem. A ousadia ilimitada dos condenados, faz transparecer que eles são inocentes e nós os culpados por desejarmos justiça.
Aprenderam tanto a enganar, ludibriar que não guardam o pudor da condenação, a vergonha dos ofendidos. Apenas revelam o cinismo dos nada tem a perder pois até mesmo a moral nunca tiveram, apenas fingiram tê-la para assim enganar mais.
Vi a tristeza de muitos. Justa tristeza, dos que, diante de tanta injustiça, buscavam na punição aos culpados, um motivo e um alento para acreditar em dias melhores.
A tristeza e o desalento diante dos reveses que a vida nos traz é comum, é normal. Entretanto, estes elementos não são motivos para desistir e sim para continuar lutando cada vez mais por um país melhor e mais justo.
Nós cidadãos somos os senhores do nosso destino, está em nossas mãos a possibilidade de transformarmos nosso país na nação dos nossos sonhos. Assim como na nossa vida somos senhores do nosso destino, a união de todos é capaz de mudar o Brasil.
Cada vez mais reforço a esperança que iremos alcançar isso.
Se os condenados, ladrões, quadrilheiros gritam, devemos nos unir e gritar mais alto. Se festejam devemos festejar com mais força e ímpeto.
O que não podemos é desanimar, jogar para o alto e fingir que está tudo bem. Ou ainda, se conformar e achar que as coisas são assim porque são assim e pronto.
Não podemos aceitar calados os abusos, a ousadia, que tomem de conta da nação como se ela fosse propriedade de bandidos, dos marginais do poder.
Não podemos aceitar que nos enlutem ou que nós mesmos nos enlutemos e entreguemos o jogo sem lutar.
Não podemos fraquejar ou nos abater, ao contrário, devemos nos valer das palavras de Gonçalves Dias que pregava: “Não chores meu filho, não chores que a vida é luta renhida. Viver é lutar. Vida é combate que aos fracos abate e aos fortes e aos bravos só pode exaltar.”
O Brasil é nosso e não deles. Eles são condenados, corruptos, ladrões do dinheiro público e quadrilheiros. NÓS SOMOS VENCEDORES.
Abdon Marinho é advogado eleitoral