O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu ao presidente Michel Temer (PMDB) que esclareça as suspeitas levantadas pela delação do empresário Joesley Batista em nome da “estabilidade nacional” e e econômica do país. O apelo está na comunicação feita pelo ministro a Temer sobre sua decisão de abrir inquérito contra o presidente, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Rocha Loures (PMDB-PR).
“Não lhe é permitido deixar a nação, sob sua liderança, sofrer as consequências negativas de ilações e acusações infundadas e formuladas por pessoa sob investigação”, diz o relator da Lava Jato. No texto, o ministro cita a inquietação do mercado financeiro, com a alta do dólar e a suspensão das atividades da Bolsa de Valores, em meio à repercussão do vazamento da gravação feita pelo empresário com o presidente.
Para Fachin, Temer também deve ser investigado para afastar suspeitas, aprovar sua inocência e evitar, assim, a paralisação do Congresso, sobretudo em relação às reformas trabalhista e da Previdência.
“No delicado momento político e econômico em que o país está inserido, a insuficiência e desencontro de informações acerca dos fatos que tomam os noticiários, e que já abalam a estabilidade econômica conquistada com imenso sacrifício social no último ano, impede o presidente da República de se dirigir à nação com finalidade de cumprir com eficiência seu dever de preservar a estabilidade social por meio da transparência e regularidade de suas atividades”.
Temer, Aécio e Rodrigo Rocha Loures serão investigados por corrupção e obstrução da Justiça.