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TSE acelera retirada de fake news na reta final da disputa entre Lula e Bolsonaro

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ampliou o número de decisões tomadas contra conteúdos considerados falsos ou descontextualizados nas últimas semanas antes do segundo turno das eleições.

A partir de pedidos das campanhas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os ministros têm ordenado a exclusão de publicações das redes sociais ou a interrupção de propagandas com ofensas, além daquelas que apresentam informações falsas ou distorcidas sobre o adversário.

A maior parte dos conteúdos vetados pelos ministros da corte ataca Lula.

A campanha de Bolsonaro, porém, obteve decisões nas últimas semanas para estancar o prejuízo político da repercussão de entrevistas em que ele mesmo havia dito que estava disposto a comer carne de um indígena morto; e, em outro caso, que “pintou um clima” ao se encontrar com adolescentes venezuelanas.

De 14 a 24 de outubro, o número de decisões para retirada de fake news contra Lula subiu de 37 para ao menos 64. No mesmo período, Bolsonaro ampliou de 6 para ao menos 25 decisões obtidas no tribunal em casos de suposta desinformação.

Os dados foram somados pela Folha a partir do mural de decisões do TSE.

O tribunal, porém, não tem esse placar atualizado ou número de ações apresentadas por cada campanha.

Em balanço divulgado em 10 de outubro pelo órgão, a campanha de Lula havia apresentado 67 pedidos ligados a fake news e conseguido 34 decisões favoráveis. Já Bolsonaro havia ido sete vezes ao tribunal no mesmo período, conquistando 6 retiradas de conteúdo.

Nas últimas semanas, o tribunal vetou propagandas de Lula que acusam Bolsonaro de ligação com o crime, “rachadinha”, negligência na pandemia e chamam a distribuição das emendas do relator do Orçamento de “bolsolão” e “maior esquema de corrupção da atualidade”.

O presidente também conseguiu derrubar publicações nas redes sociais de Lula sobre o plano do ministro Paulo Guedes (Economia) —revelado pela Folha— para flexibilizar a correção obrigatória do salário mínimo e das aposentadorias.

Nesse caso, a campanha de Bolsonaro disse que a tese de que o benefício poderia ser reduzido é “falsa, irreal e mentirosa”.

Já o ex-presidente Lula derrubou mais de uma propaganda de Bolsonaro, além de posts nas redes sociais, que o chamavam de “ladrão” e o associavam a ditaduras, como da Nicarágua.

Ainda conseguiu decisão para remover posts do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) que mostravam legenda editada de um discurso de Lula trocando a palavra “asfaltozinho”, dita pelo petista, por “assaltozinho”.

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