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Um assassino beneficiado com a semiliberdade

Milton Corrêa da Costa

O jornalista Pimenta Neves matou, com dois tiros pelas costas, de forma fria e covarde, a ex-namorada, também jornalista, Sandra Gomide. O fato se deu no ano de 2000. Somente em 2011, após condenado a quinze anos de reclusão, foi para Penitenciária de Tremembé (São Paulo), onde deu início ao cumprimento da pena.

Ainda que tenha cometido homicídio doloso (com a intenção de matar), a benevolência da lei penal brasileira lhe concede agora, após 1/6 do cumprimento da pena, em razão do bom comportamento no cárcere, o benefício do regime semiaberto. Nos EUA poderia teria sido condenado à pena de morte ou à prisão perpétua.

Os pais da vítima envelheceram e adoeceram durante estes 13 anos. Uma recente reportagem de televisão mostrou a dor do sofrimento de ambos. Certamente que agora, com a notícia que favorece o assassino, a dor ante a complacência da lei e da saudade eterna da filha amada será um pouco maior.

Este é o país cuja lei protege assassinos em detrimento dos direitos humanos de suas vítimas e de seus familiares enlutados. Aqui a vida humana pouco vale. Basta matar e ter bom comportamento no cárcere que a progressão do regime carcerário e a liberdade plena serão breves Ao que tudo indica o crime compensa.

Milton Corrêa da Costa é tenente coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro

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