Os noticiosos dão conta que em pelo menos um ponto, no rescaldo da atual crise, as autoridades locais deram ouvidos à razão e resolveram transferir as vítimas dos ataques criminosos para locais que possam atendê-los com a eficiência que o caso requer. Uma das vítimas já foi transferida para Goiânia (GO) e informam que mais uma, a mãe da menor Ana Clara, será levada para Brasília (DF).
Finalmente fizeram o óbvio, o que se espera numa situação dessa. A providência tomada agora, como os amigos recordam, é a mesma que cobrei desde domingo quando soube que as vítimas estavam no Socorrão II, local que as autoridades sabiam não possuir capacidade para o atendimento das vítimas, em face da gravidade do caso. Falei sobre isso quase todos os dias da semana. Como é que eu que não sou ninguém, não conheço a fundo a realidade da saúde pública, exceto pelo que ouço todos os dias, sabia o que deveria ser feito e as autoridades não sabiam? Se não sabiam é até bem pior.
Na verdade todos sabiam, o próprio secretário estadual de saúde bradou desde sábado que o Socorrão II não possuía unidade de queimados. Então sabiam, e como tal deveriam ter conduzido as vítimas para a estabilização e fazer o que começaram a fazer ontem, conduzir as vítimas para as referências adequadas. Em face a gravidade do quadro apresentado pelas vítimas essa era a primeira providência a ser adotada. Se tivessem agido desta forma, com o zelo devido, talvez a menina Ana Clara não tivesse perecido na segunda-feira ou ao menos, teriam feito tudo que podiam. Tudo que estava alcance. Não. Não acharam importante isso. Primeiro relutaram o máximo que podiam em remover as vítimas do Socorrão II, unidade, que pelas referências que ouço quase todos os dias nas rádios, é uma espécie de Pedrinhas da saúdas pública. Depois seguraram o máximo que podiam para levar conduzi-los aos centros que podem prestar um atendimento de referência. Quais os motivos? Acreditavam que dariam conta? Como justificam a demora? Quais os motivos que impediram de levar Ana Clara para um outro centro de saúde?
Um dos grandes problemas do Maranhão é que as autoridades não sabem a responsabilidade do cargo que ocupam. Analisem os noticiários de sexta-feira para cá e veremos que as nossas “autoridades” estavam mais preocupados em debates inócuos com a oposição, em se digladiarem do que em prestar a devida assistência as vítimas. Não se pode levar a sério um estado onde a vida humana fica em segundo plano porque as autoridades estão preocupadas em debates eleitorais ou em ficar atribuindo culpas. E isso começou, se não me falha a memória, com o próprio secretário de estado da saúdas quando, ao invés de assistir as vítimas, partiu foi para acusar o Município de São Luís de receber verbas do SUS para um centro de queimados inexistente. Indago, com meus botões, era hora? Na minha opinião, não. Assim como, não é hora de se inventariar a despensa do Palácio dos Leões, assim como não é hora para se licitar caviar, lagostas, uísque, etc. A prioridade do momento era/é garantir que as vítimas sejam bem atendidas e consigam sair desta tragédia com o mínimo de sequelas possíveis, o que já não será possível para a que não resistiu. Reconhecem, agora, que não têm como atender as queimaduras menos graves e não a da criança que teve mais de noventa por cento corpo queimado?
Depois de se assistir as vítimas, recuperar o comando do estado que se encontra sob o domínio do crime aí sim, discutir as razões pelas quais a capital ainda não possui um bom centro para atendimento de queimados para atender sua população ao menos para prestar assistência intermediária. Discutir as razões pelas quais as unidades de alta complexidade não tem esse outros serviços.
A manchete de capa do jornal “o estado do maranhão”, diz: “socorro ao herói…” entendi, os heróis do estado podem ser socorridas depois de quase cinco dias. Na verdade o título pomposo esconde e tenta mascarar o que eles de fato são, vítimas do crime no primeiro momento e do estado na seqüência. Um pouco de compostura e pudor ficaria bem numa hora dessa.
Assistir as vítimas, proteger a sociedade, defender o estado, esta deveria ser a pauta das autoridades. Aliás, essa é a pauta mínima que se espera das autoridades. Afinal, governar é cuidar das pessoas. Não é isso que quase todos dizem?
Está claro que a situação em Pedrinhas é devido a incompetência da Governadora que esperou atingir 60 mortes!!! Qual é a moral que tem a Governadora em solucionar o problema em questão, se o sobrenome Sarney é sinônimo de corrupção, como diz o Boris Casoy É UMA VERGONHA!!!!!!!!!