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UPPs: a progressiva derrota do narcoterrorismo e do discurso dos 'policiólogos'

Por Milton Corrêa da Costa

A retomada por forças legais do Estado econtrole territorial de ‘zonas de anomia’- por carência de efetivo policial faltam ainda pontos estratégicos a serem ocupados- até pouco tempo um preocupante contexto de desordem pública que oprimia moradores de comunidades menos favorecidas, em morros e favelas do Rio, onde cidadãos eram submetidos aos ditames do terror, encontra-se em processo de consolidação, cada vez mais progressivo, apesar das “viúvas do tráfico”, como disse o governador Sérgio Cabral -obviamente que também os derrotistas de plantão- dentro e fora das comunidades, tentem minar o profícuo trabalho da política de segurança, que quebra, como bem frisou, uma série de lógicas (as falsas verdades dos ‘policiólogos’ são uma delas) que permaneceram enraizadas por muitos e muitos anos como verdade absoluta. É preciso sobretudo entender, apesar do discurso de alguns auto- afirmados cientistas socias, que a exclusão social não confere direitos de matar, traficar, estuprar, torturar e oprimir.

Medidas de ordem pública tomadas neste momento, junto às duas maiores cidadela do tráfico do Rio, o Complexo Alemão, até então o ‘Quartel General do Narcoterrorismo’, tomado pelas forças de segurança em novembro de 2010, onde efetivos da Polícia Militar dão início à substituição das tropas da Força de Pacificação do Exército, dispondo inclusive de controle computadorizado sobre das ações do novo efetivo de pacificação, além das recentes providências de aumento de efetivo policial na Favela da Rocinha, que ainda apresenta focos de resistência à implantação da futura UPP, local estratégico para o crime organizado, até então considerado o ‘Quartel General das Finanças do Tráfico’, são claras demonstrações do governo do estado de que não há nenhum retrocesso no projeto- símbolo do campo da segurança pública.

Há inegavelmente, pois -a sociedade do bem sempre agradecerá- vontade, perseverança e obstinação política para que o mais revolucionário programa de policiamento comunitário implantado no país não sofra nenhum tipo de solução de continuidade. Seria trágico para os cidadãos pacíficos se tal fato ocorressse. E onde há vontade política, inteligência policial, permanente vigilância, apesar da necessidade de mais e mais efetivo policial, e principalmente parceria com a comunidade, há total possibilidade de sucesso na missão de pacificação.

UPP, ainda em estágio de adaptação e transição, não é projeto social, bem sabemos. Mas é a estratégia de ordem pública que faltava para a invasão social de morros e favelas, na libertação do terror e no resgate da cidadania dos que até entáo permaneciam mudos e oprimidos. Crimes e conflitos sempre existirão em qualquer parte do mundo. São fenômenos próprios da essência humana e morros e favelas fazem parte do contexto social. O caminho para a paz social está, no entanto, definitivamente aberto. É preciso acreditar e apoiar.

O divisor de águas na política de segurança do Estado, a Unidade de Polícia Pacificadora, é um projeto real, não fantasioso. Espera-se agora que se torne política efetiva e progressiva de todos os governos. O preço da liberdade é a vontade política e a eterna vigilância. A era hegemônica dos ‘mitos do tráfico’ está perto do fim. Os derrotistas de plantão e os ‘policiólogos’ próximos do ostracismo.

Milton Corrêa da Costa é coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro

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