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UPPs: um divisor de águas no Rio de Janeiro

Por Milton Corrêa da Costa

Sintam-se frustrados ou não os opositores e inimigos políticos do governador Sérgio Cabral mas não se pode deixar de reverenciá-lo em sua obstinação e vontade política na tentativa, até aqui vitoriosa, de melhoria dos níveis de segurança. Associado à feliz escolha de José Beltrame para o cargo de secretário de segurança pública não há dúvida que o Estado do Rio de Janeiro hoje tem um projeto promissor para um setor de difícil e complexa gestão até então.

O sucesso e a importância das Unidades de Polícia Pacificadora são cristalinos. Uma real possibilidade de revolução também no campo social. E a Polícia Militar do Rio, com o projeto do policiamento comunitário de proximidade das UPPs, tem também agora a chance real de se tornar uma polícia democrática, cidadã e parceira da sociedade, cuja finalidade precípua seja servir e proteger. É preciso acreditar. Problemas sempre haverão nas instituições policiais. Vale neste momento importante para o Rio o nosso otimismo, apesar do discurso dos eternamente derrotistas que nada acrescenta.
 
 O Rio é muito melhor pós-UPPs. Não há dúvida. Todos os indicadores assim o apontam. Retomada de territórios (até então “zonas de anomia”) -há anos redutos do tráfico e de opressão a moradores- resgate da paz social, presença da legalidade do estado, possibilidade real da chamada invasão social, valorização imobiliária nas comunidades beneficiadas pela UPP e em suas cercanias, queda substancial das estatísticas do crime pela presença estática e permanente do policiamento, maior confiabilidade no aparelho policial, enfraquecimento do poder paralelo, resgate de cidadania, melhoria da estrutura urbana local, chegada de serviços básicas essenciais, desenvolvimento de projetos sociais para crianças e adolescentes inclusive de setores profissionalizantes, etc, etc.

O caminho das paz social portanto agora é viável. Com a pacificação da Rocinha, assim como anteriormante o Complexo do Alemão, tidas até então como áreas inexpugnáveis  à ação policial, o progressivo caminho da pacificação e da possibilidade do resgate da cidadania está aberto para outras comunidades, ainda oprimidas pelo terror das armas de guerra,  desde que o importante projeto se transforme, no futuro, numa autêntica política de Estado, não mais de governos. As UPPs são um marco divisor na política de segurança do Estado. Não há dúvida. Um nova modalidade de policiamento que deve alcasnçar a todos, na medida do possível. Um eficaz remédio atípico para uma criminalidade atípica.
 
Milton Corrêa da Costa
Coronel da reserva da PM do Rio de Janeiro

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