Equipamentos enferrujados, falta de materiais de trabalho, de profissionais, e de medicamentos, tetos mofados, fiação elétrica exposta, ambiente insalubre e pacientes instalados em macas nos corredores.
Este foi o cenário de total contraste com as regularidades necessárias ao bom andamento da prestação dos serviços da rede municipal de saúde, constatados pelo líder da oposição na Câmara Municipal, vereador Fábio Câmara (PMDB), durante uma inspeção “surpresa” realizada na noite desta quarta-feira (27), no Hospital Djalma Marques, o Socorrão I.
Fábio disse que a inspeção ocorreu por causa de uma cena lamentável registrada num dos corredores do Socorrão I, após a divulgação de um vídeo na internet, mostrando uma criança de 13 anos, com suspeita de meningite, que vinha sendo mantida numa maca, sem qualquer assistência digna na unidade, desde a última segunda-feira (25). A criança, que chegou a ser retirada do corredor, após intervenção do Ministério Público, respirava com a ajuda de aparelhos e era o pai quem permanecia ao seu lado o tempo inteiro.
“Fiquei preocupado com uma possível contaminação, pois a paciente ficou muito tempo exposta num hospital com corredores suerplotados. O que vimos no Socorrão está mais para um matadouro que para Hospital, é um foco de contaminação”, afirmou o parlamentar.
O peemedebista disse que além da falta de medicamentos, faltam materiais básicos para a realização de procedimentos cirúrgicos. Ele afirmou ainda que enquanto passava pelas enfermarias, muitos pacientes o chamava para denunciar que estão há dias sem água. “Com o problema, os pacientes estão tendo que comprar água para beber em uma lanchonete próxima ao hospital”, pontua.
A visita iniciada por volta das 19h envolveu toda a extensão da unidade de atendimento, onde foi possível verificar as deficiências existentes principalmente na área da infraestrutura onde foram constatados entraves pela inexistência de equipamentos, sucateamento da estrutura física e um cenário de revolta e insatisfação em meio ao corpo funcional.
Em uma das enfermarias, foram constatadas várias irregularidades. Falta de ventilação, tetos mofados e fiação elétrica exposta, são fatores que tornam o ambiente insalubre a pacientes e acompanhantes, que se mostram envoltos de ferrugem e danos irreparáveis que expõem a vida de milhares de pessoas que utilizam dos serviços médicos da unidade ao risco de infecções.
“A possibilidade de contrair uma infecção nas dependências do Hospital é enorme. A ferrugem está espalhada por toda a parte. A estrutura está totalmente comprometida pelo mofo, há fiação exposta e umidade na parede. A ventilação é comprometida e a falta de limpeza nos banheiros são fatores que contribuem para tornar o ambiente insalubre e paciente e acompanhante”, informou Câmara.