À esquerda, vereador Bryan Caldas, e à direita a enfermeira Érica Lopes.
A enfermeira Ana Maria Martins denuncia que foi agredida pelo vereador de São Pedro da Água Branca, Bryan Caldas (PDT), e pela esposa dele, Érica Lopes da Silva, no hospital da cidade.
No Boletim de Ocorrência registrado na Polícia Civil, a vítima relata que o vereador, que também é presidente da Câmara Municipal, chegou no hospital pedindo que fosse atendido urgentemente, mas não obedeceu a fila de espera e passou na frente dos outros pacientes.
Na enfermaria, enquanto Ana Maria pedia as informações que não foram preenchidas por ele na ficha da recepção, Bryan Caldas teria questionado a conduta dela e a agredido verbalmente.
Em seguida, a vítima pegou o celular para filmar o que estava acontecendo. Nesse momento, Érica Lopes também teria a agredido fisicamente, deixando escoriações e hematomas em seu pescoço.
“A partir do momento que eu comecei a perguntar os dados, o paciente se exaltou. Me sentindo acuada, ainda tive a coragem de falar que era protocolo do hospital. Neste momento, eu peguei o celular para filmar aquele parlamentar me agredindo verbalmente. Ele saiu da maca para me agredir, mas as meninas que estavam presentes não deixaram. Em compensação, a esposa dele pulou em cima de mim, desferindo arranhões no meu pescoço”, contou Ana Maria
Outras quatro testemunhas confirmaram as agressões sofridas pela enfermeira. Segundo elas, o presidente da câmara e a mulher dele ainda tentaram intimidá-las.
O Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão (COREN-MA) prestou assistência jurídica à enfermeira que, após o Boletim de Ocorrência, fez exames de Corpo de Delito. Segundo o órgão, o vereador já possui histórico de comportamento agressivo com outras mulheres.
“Não é a primeira vez que esse parlamentar agride alguém no exercício da profissão”, disse Lívia Bustamante, conselheira do COREN-MA.
Em uma sessão realizada na Câmara Municipal na noite dessa segunda (28), que estava lotada de mulheres em apoio à enfermeira, parte dos vereadores pediu que o caso fosse apurado com rigor. Na ocasião, Bryan Caldas disse que a vítima teria que provar a denúncia.
“Em momento algum, eu quero privar ninguém de buscar seu direito. Agora eu quero ver é provar”, afirmou Bryan.
Profissionais da saúde e o COREN-MA também fizeram uma passeata no centro de São Pedro da Água Branca pedindo Justiça.
A Polícia Civil informou que o delegado do caso está afastado, mas retorna na próxima semana para dar andamento ao inquérito.
Do G1,MA