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Por Abdon Marinho.

Advogado Abdon Marinho.
Advogado Abdon Marinho.

A população carcerária brasileira hoje já passa de meio milhão de pessoas, deve está na casa dos 600 mil prisioneiros. Todos pagando pelos crimes que cometeram. Todos recebendo do Estado uma punição, decorrente das faltas de condições, bem maior do que aquelas aos quais foram efetivamente condenados.

Inúmeros com problemas de saúde adquiridos antes ou depois de ingressarem no sistema carcerário. Inúmeros ainda presos apesar de já terem cumprido suas penas. Inúmeros que já deviam ter mudado de regime. As condições dos presídios, não é segredo para ninguém, é horrenda.

Pois bem, apesar de tudo isso, exceto para fazer o proselitismo de sempre, as autoridades nunca dispensaram maiores energia com a situação dos nossos presos. Estranhamente, desde o aniversário da proclamação da República, 15 pp.., as algumas autoridades, entidades e tudo mais passaram a se preocupar além do razoável com a situação dos prisioneiros, dos malfeitores encarcerados após julgamento regular e condenados pelos seus crimes. Quer dizer,manifestar preocupação com a situação de alguns presos.

Li que o próprio Ministro da Justiça andou indagando ao juiz sobre a situação de preso A ou B. Seria muito bom que demonstrasse a mesma preocupação com todos presos que se encontram enfermos, com todos que se encontram necessitando de progressão de regime, com todos que estão em prisão infectas, etc.

Agora estão todos muito preocupados, é indagação daqui, notas dali e por vai. Nem no Maranhão está preso é uma questão de vida ou morte, tal o caos do sistema penitenciário demonstram tanta preocupação.

Imaginava que criminosos fossem todos iguais. Todos com suas contas a acertar aos olhos da justiça. Parece que não. São desiguais na vida civil, são desiguais no cumprimento das penas a que foram condenados.

A certo tipo de pessoas, contrariando o que diz a Constituição, não são iguais as demais. Querem que se dispense tratamento especial. Tentam vender esse tipo de coisa para a sociedade como se isso fosse normal. Inventam e alegam supostas violações aos direitos dos presos, quando na verdade estes já tem o que nenhum outro preso em idêntica situação jamais teve.

São tão audaciosos que ameaçam processar o juiz. O juiz que só cumpriu o seu dever, sua obrigação funcional.
O muro do Brasil está cada vez mais baixo.

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